15 de julho de 2011

DANÇA E SUSTENTABILIDADE

Realizado nos dias 09 e 10 de julho no Teatro Vivo, o Fórum Dança e Sustentabilidade pode juntar profissionais da dança nacional para discutir sua atual situação na perspectiva de encontrar formas de melhorar essa atividade no Brasil. Reunidos em São Paulo cerca de sessenta profissionais de diversas regiões brasileiras, puderam chegar a possíveis conclusões, como a que acredita que: a sustentabilidade passa por um caminho que já vemos trilhando como profissionais, que desenvolvem meios de sustento, ainda que de forma não sistemática e metódica. Cada um de nós do seu modo vem desenvolvendo seus projetos ao longo dos anos e conseguido trabalhar e se manter na atividade, criando e circulando dentro das suas possibilidades. Criar uma rede social e sustentável entre os profissionais de dança que possibilita estarmos juntos para somar, construir em coletivo. Precisamos sair do individualismo e nos voltarmos para o agrupamento, pensando juntos meios que nos possibilitem crescer enquanto profissionais, um exercício à união de corpos, pele, cheiros e sentimentos. Entendendo corpo em toda sua amplitude de pensamentos, contrações e limitações, pois é certo que em cada depoimento dado encontramos um tom carregado de esperança e desilusão é como se a cada novo projeto precisássemos recomeçar do zero, tendo novamente que mostra que somos capazes e merecemos mais uma “chance”. O Fórum nos trouxe a possibilidade de nos ouvir, nos olhar e principalmente entender uma realidade que precisa ser mudada, precisamos de uma política que possibilite continuidade e que garanta meios decentes de desenvolvermos nosso trabalho. Precisamos nos conhecer mais, é o que concluo. Assim como, necessitamos buscar mecanismos que nos possibilite circular e trocar informações em rede. Uma rede que dê conta de um país com dimensões continentais e talentos idem.


Foram levantados inúmeros desafios e questionamentos encontrados para a busca desse lugar ideal de sustentabilidade. A dança precisa encontrar meios favoráveis para seu desenvolvimento amplo, para a utilização de seu potencial criativo e nas infinitas e possíveis relações com as mais variadas esferas da sociedade (público/privado). De certa forma foi um encontro que como falou Maria Helena Cunha: “Nos tirou do eixo”. Fiquei certo que precisamos encontrar meios de intensificar os intercâmbios, poder circular pelo país, criando um mercado complexo que incentiva a profissionalização e possibilite geração de emprego e renda, assim como precisamos descobrir outras formas de encontrar sustentabilidade. A relação com @s gestores culturais, precisa ser mais constante, pois são eles os profissionais que tem o papel de fazer uma interlocução, como uma ponte de informação e aproximação entre o público e o artista, ele (ou ela) deve ser sensível a cultura, devendo ser convidad@ a todos os acontecimentos, pelo menos deve ter conhecimento da sua realização e deve ser cobrada sua participação, pois faz parte do seu trabalho articulador e fomentador.


Os artistas precisam conhecer seu público, entender e direcionar seu foco para agir. Entendendo público de forma ampla e não só as pessoas que assistem ou consumem nossa produção artística, mas um olhar em torno do colaborativo, entendendo que o seu trabalho estar dentro de um sistema que precisa ser flexível e articulado, que precisa ser compreendido de forma mutável que se modifica a cada realidade e contexto. O planejamento passa a ser portanto a ferramenta mais eficaz na conquista de metas e objetivos. Precisamos entender que o planejamento é uma atividade colaborativa e participativa, flexível e dinâmica, uma importante ferramenta de trabalho. Vamos valorizar o fazer em dança, adquirir sustentabilidade talvez seja ver o que temos feito e produzido, elaborando em cima disso uma lista de possibilidade a serem seguidas, com base em suas especificidades. A dança precisa ter uma relação colaborativa com seu público. Nesse processo de organização o planejamento necessita ser constante e avaliar é fundamental. É importante destinar mais tempo avaliando que elaborando um projeto, pois na avaliação encontramos o fluxo da comunicação coletiva, temos também oportunidade de refletir sobre as possibilidades e continuidade das ações elaborando.
Cheguei em Teresina hoje depois de uma semana fora da “Terra querida” com a cabeça borbulhando de atividade, nem tive tempo de parar pra avaliar. No Piauí certifico que daremos continuidade a esse processo de rede e certamente buscaremos os meios para consolidar nosso oficio. Tenho ainda muito a falar vou aos pouco escrevendo e compartilhando. Meu bloquinho de anotações está recheado e precisa ser coletivizadas.
Valdemar Santos (Diretor Artístico)
Organização Ponto de Equilíbrio (OPEQ). Piauí.

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