20 de fevereiro de 2009

Nossa Dança não quer pouco....

A dança por muito tempo vem sendo engessada. Conquistamos muitas coisas como bolsas para instrutores de dança, balé da cidade e núcleo de criação, surgiram cias como só homens, as academias cresceram e exploraram outras linguagem, surge o artista independente, que corre em busca de editais e que conquista premios e realiza de forma digna seus projetos. Porém o trabalho ainda requer muito, precisamos mostrar para o Piauí que nassa dança vai além de passos executados perfeitamente, ou de movimentos legais feitos em cima de uma musica que gostei muito.
A dança pensa, sente e questiona. A dança quer mais, quer sair das salas e invadir as ruas, quer ser alternativa ou quase performance, não quer ser rotulada nem formalizada, que bebe do popular ao erudito, não quer ter cor, nem morrer de amor, que tesão, paixão, agonia e rebeldia. A dança que buscamos quer jogar fora as sapatinhas, que beber mais do que é nosso sem deixar de ser universal, ter mais liberdade de movimento, que dizer o que sente e fazer o que quer... Nossa dança e densa, tem o caldo grosso que vem sendo cozido desde muito tempo, quando ainda se morava na caverna e dançava pedindo chuva, nossa dança deve beber da nação tremembé, deve saber que aqui outrora viveu índios que foram mortos brutalmente e que seus gritos até hoje ressoa no poti, nossa dança tem pés descalços, tem barro e grude nas unhas, mais tem também coragem pra assumir que não se conhece, a dança hoje quer conhecer que a faz, quer união e troca de ideias, quer busca em cada um o que se tem para oferecer.