29 de março de 2012

Avaliação Virada Cultural OPEQ 2012


Embora a avaliação oficial aconteça só amanhã dia 28 às 20h no Bar do Clube dos Diários quero aqui fazer minhas considerações, para assim termos uma base de discussão nesse processo que busca formas de melhorar e valorar as ações do todo. Pra isso vou adotar um sistema cronológico apresentando detalhadamente minha visão sobre cada momento do evento, para assim ficar mais fácil analisarmos:
A Concentração: Antes de 7h estávamos com linóleo preparado e devidamente esticado no espaço em frente ao Cine Rex, em poucos minutos já estávamos anunciando do que se tratava aquela movimentação que ali homenageava o DIA DO TEATRO E DO CIRCO, em pouco tempo o público já se aproximava e iniciamos com as atrações que já estavam preparadas, os primeiros grupos a se apresentarem foi Casa de Zabelê e Battali Cia Dança que mostraram trechos de obras premiadas no festival de dança de Teresina e assim chamamos atenção dos transeuntes que aquela nem esperam tamanha quebra em suas rotinas no centro comercial de Teresina, depois tivemos a performance com os artistas Zéh Carlos de Santis e Silmara Silva que animaram o público com performances de palhaços interagindo com o publico e criando um divertido jogo cênico. Depois tivemos um momento bem emocionante onde abraças o Cine Rex exigindo que assim ele retome suas atividades como espaço cultural no centro da cidade, que assim assume uma função importante como primeiro cinema da capital e possa ser o cinema para produções alternativas que não tem espaço nas salas de exibições dos shoppings, sem falar com a localização mais privilegiada e desvalorizada. O ato teve cobertura total da impressa que esteve presente no ato apoiando e incentivando a iniciativa. Depois foi a vez do grupo Três Contigo e Vagner Ribeiro trazerem muita musica regional para a praça, acompanhado da espontaneidade do ator Chicão devidamente caracterizado e dos alunos de teatro da casa de Cultura coordenados por Sandra Loiola. Foi uma bela manhã que concluímos com a peça de Teatro interpretada e dirigida por Vitor Sampaio e sua trupe. Sentimos falta da participação dos atores e atrizes da cidade, parece que existiu um desinteresse da classe na causa, o que nos deixa pensar na falta de compromisso dos profissionais com as questões mais coletivas, parece que vem a tona uma questão muito levantada por aqui é justamente o farto de os artistas ainda se dedicarem a questões umbilicais, e deixa de lado o poder da classe deixa escapar a possibilidade de mobilização e faz com que um momento que poderia ser grandioso para todos seja apenas, a prova de que ainda não estamos dispostos a nos contagiar por causas maiores que envolvam todos que lutam e trabalham pela arte.

À tarde a mesa redonda contou com a presença dos representantes da Escola Técnica de Teatro Gomes Campos e da Fundação Municipal de Cultura Monsenhor Chave, Emanuela Vieira e Ortiga Júnior respectivamente. A FUNDAC, Conselho Estadual de Cultura e Sindicato dos Artistas do Piauí, foram também convidados, porém, não mandaram representantes. Lamentamos muito, pois sabemos da importância que se fazia cada instituição convidada, no momento em que trabalhamos na elaboração de discussões que giravam em torno do atendimento e atribuições das instituições convidadas, para que daí pudesse ampliar as discussões e assim entender melhor como está situada a questão do Teatro e do Circo dentro das ações desses espaços, que também são destinados ao fomento da cultura. Foi uma pena, mas isso não impediu que a discussões tomasse um bom rumo, e foram levantadas questões como: A importância do teatro e do profissionalismo dos atores e questões referente a Escola Técnica de Teatro, que parece não ter apoio da gerações de atores formados e atuantes anteriores a sua criação. Como se ali na Escola técnica não fosse depositado a credibilidade suficiente para a formação dos técnicos formados, essa foi uma questão bem delicado, pois até parece que essa é uma característica inconsciente. Também entendemos que a formação dos atores aqui no Piauí sempre se deu em sua maioria na espontaneidade de na prática. Não temos por aqui muitos teóricos ou mesmo com formação acadêmica no meio teatral, o que pode gerar um conflito no entendimento prático do oficio, pois por um lado temos profissionais com quinze ou vinte anos de atuação em palcos e espetáculos ao longo dos anos, por outro temos os técnicos formados em três semestres pela Escola Gomes Campos, sem DRT e sem muita prática, mas com teoria e uma carga de estudo que o possibilita atuar e entrar de cara num mercado que nem existe de fato para absorver os atores formados a cada ano. Foi uma rica discussão que rolou por duas horas bastante produtivas e que ainda precisa ser mais esmiuçada e digerida pela classe. Embora mais uma vez sentíssemos falta da classe de artistas, foi um importante momento dentro da virada, sem falar que apostamos muito nesses encontros que nos deixam de cara com nossos problemas e assim abrimos espaço para encontrar possíveis soluções pro geral. Saímos satisfeitos e dispostos a darmos continuidades às discussões ali levantadas e debatidas com seriedade e competência tendo em vista que é um assunto que diz respeito a nosso oficio de atuar e viver de teatro.

Em seguida o Show da Virada Cultural se inicia depois de breve chuva, que serviu pra reunir o publico que já se encontrava disperso pelo espaço Ozório Junior. Depois do espaço devidamente seco e céu limpidamente aberto, iniciamos com os grupos de Dança que deram um brilho mais que especial ao evento. Inclusive nos chamou atenção o fato dos grupos de teatro não fazerem parte dessa programação, muitos que se comprometeram não vieram na hora e alguns que chegaram em cima da hora também tiveram espaço para se mostrar. Foi bem rico esse momento que também teve Dança Eficiente e a interferência dos DJs residentes. Em seguida iniciamos o Festival de Cenas Curtas com o documentário QUEBRABDO TABU produzido em parceria OPEQ/Zumbido produções sob direção de Jaqueline Bezerra que apresentou um Fernando Freitas por vários ângulos olhares os amigos à família o profissional enfim, foi bem ampla e bem feita, a homenagem. Seguiu com festival de canas curtas em si, onde foram apresentadas seis cenas curtas e dessas escolhidas três com mais destaques, que receberam os prêmios de R$ 500, 300 e 200 respectivamente. Achamos que o nível de disputa foi baixo em comparação ao ano passado. Mas a divulgação foi bem ampla os artistas é que não se escreveram. Depois de divulgar o resultado passamos para o momento do Palco Aberto que teve apresentação de músicos como Teófilo, Radiola de Ruah, Isaú, Silmara Silva, Genilda Carvalho, Zéh Cralos de Santis, Marcio Lima só pra citar alguns... Isso até de manhã quando foi servido um café pro que resistiram. O interessante foi que o público cativo em todos os momentos foi feito de pessoas em geral e os artistas “renomados” não apareceram para a festa. Sentimos a falta da galera que faz teatro, mas por outro lado ficamos felizes pela quantidade de pessoas que foram curtir a virada e que estavam pelo prazer em consumir arte piauiense. Agradeço em nome da OPEQ o apoio da impressa que cobriu todo evento e que nos deu total apoio nessa bela homenagem ao TEATRO E AO CIRCO.

Nenhum comentário: