Embora a avaliação oficial
aconteça só amanhã dia 28 às 20h no Bar do Clube dos Diários quero aqui fazer minhas considerações, para assim termos uma base de discussão nesse processo
que busca formas de melhorar e valorar as ações do todo. Pra isso vou adotar um
sistema cronológico apresentando detalhadamente minha visão sobre cada momento
do evento, para assim ficar mais fácil analisarmos:
A Concentração: Antes de 7h
estávamos com linóleo preparado e devidamente esticado no espaço em frente ao
Cine Rex, em poucos minutos já estávamos anunciando do que se tratava aquela
movimentação que ali homenageava o DIA DO TEATRO E DO CIRCO, em pouco tempo o
público já se aproximava e iniciamos com as atrações que já estavam preparadas,
os primeiros grupos a se apresentarem foi Casa de Zabelê e Battali Cia Dança
que mostraram trechos de obras premiadas no festival de dança de Teresina e
assim chamamos atenção dos transeuntes que aquela nem esperam tamanha quebra em
suas rotinas no centro comercial de Teresina, depois tivemos a performance com
os artistas Zéh Carlos de Santis e Silmara Silva que animaram o público com performances
de palhaços interagindo com o publico e criando um divertido jogo cênico.
Depois tivemos um momento bem emocionante onde abraças o Cine Rex exigindo que
assim ele retome suas atividades como espaço cultural no centro da cidade, que
assim assume uma função importante como primeiro cinema da capital e possa ser
o cinema para produções alternativas que não tem espaço nas salas de exibições
dos shoppings, sem falar com a localização mais privilegiada e desvalorizada. O
ato teve cobertura total da impressa que esteve presente no ato apoiando e
incentivando a iniciativa. Depois foi a vez do grupo Três Contigo e Vagner
Ribeiro trazerem muita musica regional para a praça, acompanhado da
espontaneidade do ator Chicão devidamente caracterizado e dos alunos de teatro
da casa de Cultura coordenados por Sandra Loiola. Foi uma bela manhã que
concluímos com a peça de Teatro interpretada e dirigida por Vitor Sampaio e sua
trupe. Sentimos falta da participação dos atores e atrizes da cidade, parece
que existiu um desinteresse da classe na causa, o que nos deixa pensar na falta
de compromisso dos profissionais com as questões mais coletivas, parece que vem
a tona uma questão muito levantada por aqui é justamente o farto de os artistas
ainda se dedicarem a questões umbilicais, e deixa de lado o poder da classe
deixa escapar a possibilidade de mobilização e faz com que um momento que
poderia ser grandioso para todos seja apenas, a prova de que ainda não estamos
dispostos a nos contagiar por causas maiores que envolvam todos que lutam e
trabalham pela arte.
À tarde a mesa redonda contou com
a presença dos representantes da Escola Técnica de Teatro Gomes Campos e da
Fundação Municipal de Cultura Monsenhor Chave, Emanuela Vieira e Ortiga Júnior
respectivamente. A FUNDAC, Conselho Estadual de Cultura e Sindicato dos
Artistas do Piauí, foram também convidados, porém, não mandaram representantes.
Lamentamos muito, pois sabemos da importância que se fazia cada instituição
convidada, no momento em que trabalhamos na elaboração de discussões que
giravam em torno do atendimento e atribuições das instituições convidadas, para
que daí pudesse ampliar as discussões e assim entender melhor como está situada
a questão do Teatro e do Circo dentro das ações desses espaços, que também são
destinados ao fomento da cultura. Foi uma pena, mas isso não impediu que a discussões
tomasse um bom rumo, e foram levantadas questões como: A importância do teatro
e do profissionalismo dos atores e questões referente a Escola Técnica de
Teatro, que parece não ter apoio da gerações de atores formados e atuantes
anteriores a sua criação. Como se ali na Escola técnica não fosse depositado a
credibilidade suficiente para a formação dos técnicos formados, essa foi uma
questão bem delicado, pois até parece que essa é uma característica inconsciente.
Também entendemos que a formação dos atores aqui no Piauí sempre se deu em sua
maioria na espontaneidade de na prática. Não temos por aqui muitos teóricos ou mesmo
com formação acadêmica no meio teatral, o que pode gerar um conflito no
entendimento prático do oficio, pois por um lado temos profissionais com quinze
ou vinte anos de atuação em palcos e espetáculos ao longo dos anos, por outro
temos os técnicos formados em três semestres pela Escola Gomes Campos, sem DRT
e sem muita prática, mas com teoria e uma carga de estudo que o possibilita
atuar e entrar de cara num mercado que nem existe de fato para absorver os
atores formados a cada ano. Foi uma rica discussão que rolou por duas horas
bastante produtivas e que ainda precisa ser mais esmiuçada e digerida pela
classe. Embora mais uma vez sentíssemos falta da classe de artistas, foi um
importante momento dentro da virada, sem falar que apostamos muito nesses
encontros que nos deixam de cara com nossos problemas e assim abrimos espaço
para encontrar possíveis soluções pro geral. Saímos satisfeitos e dispostos a
darmos continuidades às discussões ali levantadas e debatidas com seriedade e competência
tendo em vista que é um assunto que diz respeito a nosso oficio de atuar e
viver de teatro.
Em seguida o Show da Virada
Cultural se inicia depois de breve chuva, que serviu pra reunir o publico que
já se encontrava disperso pelo espaço Ozório Junior. Depois do espaço
devidamente seco e céu limpidamente aberto, iniciamos com os grupos de Dança
que deram um brilho mais que especial ao evento. Inclusive nos chamou atenção o
fato dos grupos de teatro não fazerem parte dessa programação, muitos que se
comprometeram não vieram na hora e alguns que chegaram em cima da hora também
tiveram espaço para se mostrar. Foi bem rico esse momento que também teve Dança
Eficiente e a interferência dos DJs residentes. Em seguida iniciamos o Festival
de Cenas Curtas com o documentário QUEBRABDO TABU produzido em parceria OPEQ/Zumbido
produções sob direção de Jaqueline Bezerra que apresentou um Fernando Freitas
por vários ângulos olhares os amigos à família o profissional enfim, foi bem ampla
e bem feita, a homenagem. Seguiu com festival de canas curtas em si, onde foram
apresentadas seis cenas curtas e dessas escolhidas três com mais destaques, que
receberam os prêmios de R$ 500, 300 e 200 respectivamente. Achamos que o nível
de disputa foi baixo em comparação ao ano passado. Mas a divulgação foi bem
ampla os artistas é que não se escreveram. Depois de divulgar o resultado passamos
para o momento do Palco Aberto que teve apresentação de músicos como Teófilo,
Radiola de Ruah, Isaú, Silmara Silva, Genilda Carvalho, Zéh Cralos de Santis,
Marcio Lima só pra citar alguns... Isso até de manhã quando foi servido um café
pro que resistiram. O interessante foi que o público cativo em todos os momentos
foi feito de pessoas em geral e os artistas “renomados” não apareceram para a
festa. Sentimos a falta da galera que faz teatro, mas por outro lado ficamos
felizes pela quantidade de pessoas que foram curtir a virada e que estavam pelo
prazer em consumir arte piauiense. Agradeço em nome da OPEQ o apoio da impressa
que cobriu todo evento e que nos deu total apoio nessa bela homenagem ao TEATRO
E AO CIRCO.
Nenhum comentário:
Postar um comentário